Meu amigo Francisco Manoel de Melo, mais conhecido como Melinho, é um grande poeta com quatro livros publicados, um deles o que estou mostrando agora, "Da lágrima ao sorriso", em segunda edição.
É fácil gostar das poesias de Melinho, pois o seu estilo de cordel leva-nos a sentir o cheiro do sertão nordestino, com suas caatingas extensas, seus mandacarus resistentes à seca e o canto do vaqueiro aboiando o gado.
Ele nasceu na cidade de Goiana, interior de Pernambuco. De lá saiu com a família para o litoral paulista, na Cidade Ocian, próxima a Santos e São Vicente. Graças à Deus Melinho decidiu vir para Rondônia e bateu com os costados em nossa Ji-Paraná, onde nos engrandece com a sua poesia e o seu jeito amoroso de ser.
Sinto-me honrado de ser seu amigo.
Aqui duas poesias do livro "Da lágrima ao sorriso":
Saudade
Saudade embora abstrata
Germina na afeição
Saudade vive na mente
Mas nasce no coração
Saudade não tem cheiro
Saudade não tem cor
Saudade se percebe
Na essência do amor.
Do amor de pais ou de filhos
De amigos ou de irmãos
Que vivem longe dos olhos
Mas perto do coração.
Eu sou eu
Sou velho, mas não sou triste
Sou mau, sem ser ordinário
Gosto muito de dinheiro
Porém não sou usurário:
Estou a zero quilômetro
No meu depósito bancário
Eu não detesto trabalho
Ainda que seja grosseiro
Deus ajuda a quem trabalha
Acho isto verdadeiro
Trabalhar não é desonra
Duro é andar sem dinheiro.
Gosto da vida pacata
Detesto muito calor
Evito falar de guerras
Porque me causam pavor
Adoro o trio bendito
Saúde, Paz e Amor.
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