
A prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) pela Polícia
Federal na carceragem daquele órgão, a pedido da segunda turma do Supremo
Tribunal Federal (STF), surpreendeu o Brasil hoje. Entretanto, o que mais
causou surpresa foi a decisão do plenário do Senado Federal que numa votação
onde prevaleceu a maioria absoluta, por 59 votos contra 13 e 1 abstenções, foi
mantida a decisão do STF.
O senador saiu preso, das dependências do Senado, algemado e
sob forte escolta de policiais federais. Também com o senador foram presos seu
assessor, chefe de gabinete Diogo Ferreira e o presidente do banco BTG Pactual,
André Esteves.
A notícia caiu como uma bomba, principalmente no Palácio da
Alvorada e no Congresso Nacional, em cima dos petistas e companheiros de
partidos aliados à base governista.Mas uma coisa chamou a atenção, um grande
número de parlamentares aliados votaram favoráveis à manutenção da prisão do
senador do PT.
Os “comentaristas” de plantão começaram a especular sobre as
consequências dessa prisão e o que se viu, na realidade, é que muitos daqueles
que levantavam a bandeira do parlamentar preso, votaram contra ele e até mesmo
fizeram coro na necessidade de uma “mudança já” no Legislativo Federal. Houve mesmo
quem ensaiasse aplausos à decisão mas que se contiveram após os primeiros
arroubos.
A pergunta que não quer calar é: o castelo de cartas começou
a ruir?
Outra se sobrepõe à
essa: será que dessa vez o Lula vai?
Sabe-se que o grande líder do PT sofreu duas derrotas em
dois dias, com as prisões do senador e do pecuarista José Carlos Bumlai, grande
amigo de Lula, que se beneficiou muito, com altos empréstimos feitos pelo B
NDES, a pedido do seu amigo, à época presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da
Silva. Bumlai caiu com a delação premiada feita pelo lobista Fernando Soares,
conhecido como Fernando Baiano, na qual declarou ter repassado R$ 2 milhões a
Bumlai referente a uma comissão a que o pecuarista teria direito por
supostamente pedir a intermediação de Lula em uma negociação para um contrato e
que Bumlai afirmou a ele que o dinheiro seria usado para pagar uma dívida
imobiliária de uma nora de Lula.
A expectativa é de Nestor Cerverò também abra o bico, isto
porque a prisão foi embasada por uma gravação apresentada pelo filho do
ex-diretor da Petrobras, em que o senador oferece R$ 50 mil por mês para a
família dele e mais um plano de fuga para que Cerveró deixasse o país. O
objetivo de Delcídio era evitar que o ex-diretor fizesse acordo de delação
premiada com o Ministério Público Federal.
As coisas estão ficando cada vez mais feias para Dilma, cuja
culpa nas negociações da refinaria de Pasadena já está sendo cogitada e na
suspeita do uso indevido do Correios na sua campanha para a reeleição. Para
Lula, que até agora havia sido poupado, parece as coisas estão ficando
complicadas.
O que se espera desse imbróglio todo, é que prevaleça a
verdade e seja feita a justiça. Que os condenados devolvam para os cofres
públicos da nossa Nação, tudo o que foi descaradamente roubado e que seja
tirado das costas do povo brasileiro o peso de arcar com o ônus da recuperação econômica
do país com a dilapidação provocada pela quadrilha de políticos e empresários
corruptos.
Que caia, o mais rápido possível, esse castelo
de cartas!
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