DIFICULDADES DO ESCRIBA



Alguns amigos, principalmente os que estavam acostumados com a leitura semanal da coluna “Histórias Que o Povo Conta” no Folha de Rondônia, perguntam porque não tenho publicado ou mesmo postado na internet, os contos escritos naquela coluna. Publicar um livro já passou várias vezes pela minha cabeça, mas os custos e as dificuldades atravessadas impediram-me de realizar esse velho sonho!
Os anos vão passando e até mesmo a vontade de continuar escrevendo diminui e, em alguns momentos, torna-se zero. Não sei como explicar, mas bate aquela angústia de sentirmo-nos impotentes diante de uma onda de perdas e danos em nossa vida e aquilo vem num crescendo absurdo que acaba tomando conta da gente, nos nocauteando, tornando-nos desqualificados para uma atividade que nos era natural...
A dificuldade para sentarmos diante do computador e digitarmos os nossos sentimentos, colocarmos as nossas divagações, os nossos sonhos naquela telinha, torna-se um grande problema, um obstáculo quase que intransponível.
Vezes sem fim tomamos a decisão de fazer alguma coisa e até sonhamos com o texto pronto, a história completa, acabada, para, no dia seguinte, nos depararmos com as mesmas dificuldades. Vezes sem fim trocamos o editor de texto por uma página na internet que nos desvia do nosso objetivo e isso pra mim é angustiante.
Porquê isso?
As respostas são diversas desculpas para o travamento do escriba, da alma poética que desabrochava a cada amor, a cada gesto de vida... Mas a verdade continua se escondendo atrás de um véu que, teimosamente, não se rompe e dificulta muito o término do que quero fazer.
Diversas vezes comecei a escrever um texto e, depois de uma lauda (ou nem isso!), abandono o projeto sem condições de lhe dar continuidade.
Muitas histórias, muitos textos brotam e eu não consigo fazê-los crescer e criar-se no papel, ou na tela do computador. Mas estou decidido a lutar contra esse monstro que teima em crescer dentro de mim, tomar conta do meu ser, através do meu coração, do meu cérebro e me anular com o que eu mais gosto de fazer: expressar-me através da escrita.
Esse, tenho certeza, será o meu primeiro passo na luta contra esse marasmo que teima em tomar conta de mim...

Daqui a pouco postarei mais um texto de minha lavra e espero não mais parar.

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