A MORTE RONDA A BR 364


É lamentável o que aconteceu no dia 26, na BR 354, após a ponte sobre o Rio Machado, aqui, na nossa cidade de Ji-Paraná. O casal de idosos, ele com 71 e ela com 60, morreram de forma trágica, caindo debaixo das rodas de uma carreta carregada com 20 toneladas de soja.
O meu amigo, repórter fotográfico da Folha de Rondônia, Weliton Mendes, fotografou a tragédia e eu coloquei nesta matéria a foto menos impressionante do atropelamento.
Esse acidente é um retrato fiel do descaso das autoridades competentes, quanto ao trânsito de veículos por aquele local. Aumentou muito o trânsito de caminhões, carretas e outros veículos pesados pela BR e, conseqüentemente, sobre a referida ponte. Essa estrada já era insuficiente na época de sua inauguração e sobre isso fiz uma pergunta ao ministro dos transportes da época, comentando ser ela muito estreita para o tráfego de veículos que se prenunciava intenso, já àquela época. Ele me repondeu que o povo brasileiro estava acostumado com obras faraônicas e que ao ver uma obra do porte da BR 364 queixava-se por ter sido feita uma obra suficiente. Não quis contrargumentar com o ministro, mesmo porque eu estava mais disposto a entrevistar o nosso presidente, Figueiredo, que viera para a inauguração. Pouco tempo depois, o que eu previa aconteceu, ou seja, a obra suficiente tornou-se muito pequena para a grandeza de um estado que se fazia progressista.
Hoje a BR 364 deveria passar por modificações e já não é sem tempo que a duplicação da ponte deveria ter acontecido. Mas a reforma tem que ser completa, pois entendemos que essa é uma estrada importante para o Brasil, pois através dela poderemos ligar-nos ao Pacífico e a rodovia Transpacífico é um sonho há muito acalentado por empresários, políticos e pelo povo rondoniense. Mas necessário se faz que ela seja ampliada, que tenhamos aqui uma estrada com quatro pistas, ampla, que não seja mais necessário correr riscos para fazermos uma ultrapassagem.
Há muito deveria ter sido concluída, também, a obra do anel viário, que desviaria o trânsito pesado da área urbana do município, mas esta é mais uma daquelas iniciada por um governo e não terminada. É comum isso no Brasil!
Outra coisa que devemos estar atentos é quanto às condições de conhecimento das regras e leis de trânsito pelos condutores de veículos, pois entendemos que ou as auto-escolas estão ensinando mal ou os alunos aprovados nos testes das Ciretrans estão se esquecendo rápidamente das lições aprendidas, ou, ainda, os responsáveis pelas aprovações estão fazendo vista grossa para os erros cometidos.
Abusos são cometidos por todos os tipos de condutores, motociclistas e motoristas de veículos leves ou pesados. O número de faltas cometidas no trânsito de nossa cidade é alto e ninguém está vendo isso. Uma agravante é o tráfego de carroças e bicicletas pelas ruas, avenidas e BR, mostrando o desconhecimento dos condutores às regras mais elementares do trânsito, como andar sempre pela mão de direção, não fazer ultrapassagens pela direita dos veículos e nem fazê-las sobre a ponte. Isso tudo é ignorado e a pressa aumenta, ainda mais, o número de acidentes e de vítimas fatais.
Alguma coisa tem que ser feita, já!

Comentários

Unknown disse…
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