ACORDOS TIRAM DIREITO DO POVO

Ji-Paraná, pela primeira vez, tem um pleito eleitoral onde somente dois candidatos disputam o Palácio Urupá e, dessa forma o eleitor fica sem saber o que fazer, pois um número expressivo destes já me disse que anulará seu voto por não ter opção.

Fico pensando na situação inédita que se apresenta agora, pois acordos de bastidores tiram do eleitor, do cidadão jiparanaense o direito a escolhe de seu candidato. Muitos diziam-se partidários de Zé Otônio e outros propensos a votar em Joarez Jardim.

Segundo os comentários que ouço, essa “aliança” foi feita porque o Bianco tinha a sua popularidade bastante arranhada e a quase certeza que perderia para um de seus oponentes. Fazia-se urgente uma aliança que o reforçasse e que desse-lhe uma certa dianteira na preferência popular e esse conchavo, liderado pelos dois deputados estaduais, Euclides Maciel e Jesualdo Pires, tendo o governador como um ponto chave nesse “reforço”, aconteceu depois de muitos dias de negociações.

Será que para esse “acordo” as lideranças políticas local ouviram o povo e perguntaram o que lhe seria mais agradável?

Certamente que não. Tanto que muitos, até mesmo e principalmente, do partido do candidato a vice, Zé Otônio, estão descontentes, pois dizem que, com a fraqueza do prefeito na opinião popular, essa seria a vez do Zé do Povo. Mas, em contrapartida há aqueles que afirmam ser essa composição muito pior para o prefeito do que a saída de vários candidatos. Segundo alguns especialistas em política regional, a pulverização de votos beneficiaria o Bianco, que é dono de, mais ou menos, 20% de um eleitorado de “carteirinha”, mas que a aglutinação desses votos em dois candidatos poderá acarretar prejuízos ao prefeito e dar a vitória ao seu oponente, Edvaldo Soares, que conta com a simpatia de grande maioria dos eleitores da periferia e da área rural.

O que foi imposto ao eleitor de Ji-Paraná não foi uma eleição, mas um plebiscito: sim ou não ao Bianco. Quem quiser a continuidade do prefeito vota sim, ou seja, nele, quem não quiser vota não, crava no Edivaldo Soares.

Mas a grande pergunta é: porque tiraram do povo o direito de escolha entre vários candidatos? Porque essa aliança política em torno do prefeito? Quais os interesses dos dois deputados e do próprio governador, que disse em alto e bom som, em várias emissoras de rádio, televisão e em jornais, que o seu candidato era o Joarez Jardim?

O prefeito tem contra si uma grande rejeição, que o acompanha desde os tempos de senador e aumentou quando governador, devido as demissões de funcionários, sendo que destes, muitos são de Ji-Paraná.

Porque não consultaram o povo antes da aliança, antes de lhe tirar o direito de escolha?

Será que essas “lideranças políticas” não analisam que o povo pode se revoltar contra isso e partir para o voto de revolta, de raiva e que pode dar tudo contrário ao que foi tramado?

O povo sente-se roubado em seu direito de escolha.

O povo sente-se traído por esse acordo e pode dar o troco nas próximas eleições e nas vindouras, quando essas mesmas “lideranças” tiverem que disputar um novo mandato.

Vamos aguardar o resultado.