FALTAM LIDERANÇAS POLÍTICAS

No artigo anterior, falamos dos acordos de bastidores que tiram dos eleitores o direito a mais opções de voto, caso de Ji-Paraná, onde acordos políticos terminaram em duas candidaturas somente, o que deixa, de certa forma, o eleitorado sem outra escolha.

Desta vez, falaremos sobre a falta de lideranças políticas, que é o principal motivo dessa situação inédita no município. A falta de engajamento do cidadão à política local, que faz com que sempre apareçam as mesmas figurinhas carimbadas na disputa das eleições.

Como poderemos mudar essa situação?

As lideranças políticas nascem naturalmente, entre o povo, entre os estudantes, nas comunidades, nas igrejas, enfim, nascem onde está o cidadão, o eleitor. Entretanto a falta de interesse das pessoas na política vem, principalmente, da falta de confiança na maioria deles. É o reflexo da corrupção exagerada em todos os níveis da política em nosso país, principalmente no Poder Legislativo.

As denúncias, as investigações e as prisões realizadas pelo Ministério Pùblico e Polícia Federal, de certa forma lavam a alma do cidadão brasileiro, para que este veja, em seguida, altas autoridades, e até mesmo o presidente Lula, interferindo nas investigações ou nos resultados a fim de acobertarem companheiros de partido ou até mesmo para que não se levante o tapete onde está, de fato, a sujeira grossa.

A montagem das várias CPI’s na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, nada mais é que um ato de estender uma cortina de fumaça para desviar a atenção do povo daquilo que realmente interessa, que é a investigação feita pelas autoridades do judiciário.

Ao final o cidadão se decepciona, pois sempre termina em uma grande pizza.

Isso acaba desestimulando o cidadão comum a entrar para as fileiras de um partido político, em disputar uma vaga no legislativo ou executivo e acaba, mais ainda, perdendo a vontade de participar do processo político de sua cidade, de seu estado e até mesmo do país.

Lamentavelmente os políticos são os verdadeiros culpados do não engajamento do povo na política e a sua não filiação em partidos. A descrença nessa classe faz com que a tarefa de formar outros políticos fique destinada àqueles que formaram verdadeiros currais eleitorais e que se reelegem com certa facilidade, cujos descendentes darão continuidade ao que ele plantou. Aqueles, em sua grande maioria, acumularam fortunas de origem duvidosa, durante os vários mandatos que exerceram e, dessa forma, podem comprar votos livremente, apesar de toda a fiscalização proposta pelos tribunais regionais eleitorais.

A argúcia e as artimanhas usadas pelos maus políticos (que forma a grande maioria) são tantas, que antecedem em muito ao período eleitoral e faz com que a sua cama já esteja feita antes mesmo da campanha.

Há necessidade imperiosa de mudar essa situação.

O povo tem que acordar e participar desse processo, desde a escolha de seus candidatos.

Devemos participar das convenções que escolhem as pessoas que vão se candidatar e que têm o direito de disputar os pleitos, para que se possa evitar as muitas trapaças feitas pela direção de alguns partidos para que os seus apaniguados sejam os escolhidos, em detrimento de outras pessoas de bom caráter e cheias de boas intenções.

A criação de novas lideranças e a sua participação, o seu engajamento nesse processo é importante e vital para o desenvolvimento da moralidade política em nosso país.

Vamos mover essa alavanca e levantar essa bandeira.

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