Lembro-me claramente das grandes atrações que se apresentavam no seu palco, atrações de fora e também local, como Milionário e José Rico, Sérgio Reis, astros da música sertaneja nacional e os daqui,como Dalvin e Marinho, entre outros, que estavam no auge da fama.
Todas as noites havia shows e as famílias tinham prazer de ir até o Parque de Exposições Hermínio Victorelli para assistir aos espetáculos, para visitar os estandes, ver os animais em exposição, brincar no parque de diversões, comer e beber nos quiosques montados em toda a área do parque.
Hoje, porém, lamentamos que essa festa esteja sendo realizada para poucos, dado ao alto preço dos ingressos e aos preços exorbitantes do que é comercializado naquele recinto. Esses preços fazem com que o parque seja freqüentado por uma classe privilegiada, que pode meter a mão no bolso ou na bolsa, para atender aos seus impulsos consumistas.
Espantei-me ao saber que uma garrafinha de água mineral está sendo vendida ao preço absurdo de R$ 3,00, quando em qualquer lugar custa apenas R$ 1,00. Pipoca, algodão doce, que a meninada gosta, não sai por menos de R$ 2,00, o que dá um lucro alto para o comerciante, caso vendesse bem.
O que muitos estão reclamando é do baixo índice de venda naquele local, motivado, é claro, pela alta dos preços. Muita gente está saindo do parque, atravessando a rua e comprando nos bares e barraquinhas montados em frente.
O trabalhador assalariado não tem condições de levar a sua família para assistir a um show naquele local. Se a família tem 4 pessoas ele deverá desembolsar R$ 80,00 e isso para ele é impossível. Mas temos a segunda-feira que é R$ 2,00! Mas que adianta, se os preços lá dentro continuam os mesmos?
As pessoas que alugam espaços no parque de exposições lamentam o alto preço cobrado pela direção da Associação Rural de Rondônia, responsável pelo parque e pela Expojipa, o que, dessa forma, faz com que seja este repassado para o público consumidor.
Tem muita gente, principalmente jovens, que acabam se endividando na compra de roupas apropriadas, 
chapéus e botas, para irem à festa e depois ralam vários meses para pagar o que compraram no crediário. Ao entrar no parque exibem suas belas roupas, mas os bolsos, na maioria das vezes vazios ou com pouco dinheiro, impede que ele assista aos shows, que ele coma bem, beba à vontade.
Há necessidade de a direção da Associação entender que o povo rondoniense ainda está longe de ganhar um salário digno e que a grande maioria dos que ali freqüentam ganham salários pequenos, mas que gostam de prestigiar a grande festa desta cidade.
Como jiparanaense, gostaria, de verdade, ver a Expojipa repleta de pessoas satisfeitas, circulando pelos estandes e comprando o que tiver vontade, divertindo-se no parque ali armado, feliz porque sabe que o pouco que ele leva no bolso será suficiente para divertir-se. Dessa forma ganha a Associação, ganham os comerciantes e ganha, principalmente, o povo, para quem, assim o entendemos, a festa é realizada. Assim não sendo perde o sentido fazê-la todos os anos e estamos fadados a ver que ela se esvazia a cada ano.
Vamos colaborar com o povo gente!
Vamos fazer uma festa realmente popular!
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