SAÚDE PÚBLICA, UM CASO PARA A LAVA JATO




Que a saúde pública em nosso país nunca funcionou não é novidade. Estamos sempre ouvindo promessas de melhorar o atendimento, que foram liberados milhares de reais para o setor, mas os serviços prestados não aparecem. A saúde pública no Brasil está em compasso de falência lenta, mas contínua.
O Sistema Único de Saúde era para ser o melhor em todo o mundo, tanto que era cantado em prosa e verso pelo ex-presidente Lula, quando de seus discursos fantásticos. Para ele o SUS seria a salvação do mundo, se o modelo fosse aplicado em cada país que tivesse problemas nessa área e, diga-se de passagem, não são poucos. Salvam-se somente os de primeiro mundo, onde os problemas também existem, mesmo que em dimensões microscópicas, se comparado ao nosso.
A bem da verdade, se aplicado corretamente, o SUS atenderia a todos os brasileiros e nós não teríamos, de fato, problemas significantes de saúde pública. As pessoas não teriam necessidade de enfrentar longas filas, esperando por horas (na maioria das vezes enfrentando as intempéries, como sol escaldante, chuva, frio) por um atendimento que poderia nem mesmo ser feito.
A fila de espera para cirurgias consideradas eletivas é enorme, com pessoas tendo que esperar por mais de um ano por uma vaga. É uma grande falta de respeito o que as pessoas de baixa renda têm que enfrentar para ter atendimento, isso, repetimos, quando são atendidas.
Recentemente uma notícia alarma todo o País, um mosquito causa pânico principalmente em gestantes. O Aedes Aegipt, o mesmo mosquitinho que causa a dengue, a dengue hemorrágica, a chikungunya  e agora ficou detectado que transmite também o Zika vírus, que, segundo estudos realizados, está provocando a microcefalia. A morte de 19 crianças em vários estados brasileiros começou a ser investigada pelo Ministério da Saúde e preocupa bastante, isto porque a doença está se manifestando em quase todo o território nacional.
Segundo o levantamento apresentado pela pasta, Pernambuco ainda é a unidade da federação que apresenta o maior número de casos (804) suspeitos da malformação. Em seguida, estão os estados de Paraíba (316), Bahia (180), Rio Grande do Norte (106), Sergipe (96), Alagoas (81), Ceará (40), Maranhão (37), Piauí (36), Tocantins (29), Rio de Janeiro (23), Mato Grosso do Sul (9), Goiás (3) e Distrito Federal (1).
Segundo a pediatra Beatriz Beltrame, em matéria bastante esclarecedora sobre o assunto publicada no site http://www.tuasaude.com/microcefalia/ , essa doença provoca a diminuição do crâneo e do cérebro da criança, prejudicando assim o seu desenvolvimento.
A microcefalia é uma doença em que a cabeça e o cérebro das crianças são menores que o normal para a sua idade, influenciando o seu desenvolvimento mental.
Geralmente, a microcefalia está presente quando o tamanho da cabeça de uma criança com um ano e três meses é menor que 42 centímetros. Isto ocorre porque os ossos da cabeça, que ao nascimento estão separados, se unem muito cedo, impedindo que o cérebro cresça normalmente”.
Essa doença é bastante grave, sem cura em que a criança passa a necessitar de cuidados durante toda a sua vida. Atraso mental, déficit intelectual, paralisia, convulsões, epilepsia, autismo e rigidez dos músculos, são algumas das graves consequências da doença. Maiores informações sobre a doença poderão ser adquiridas no endereço do site citado.
O que nos move a esse texto, é o descaso das autoridades sanitárias com esse problema, que já deveria ter sido eliminado há muito tempo. Gastam-se fortunas com campanhas publicitárias que não levam a nada, mas nenhuma ação eficiente é desenvolvida. Essa história é mais uma como a da dengue, e outras que estão por aí. O combate ao mosquito deve ser feito de forma eficiente e contínua. De nada adiante o corre-corre de última hora para solucionar uma epidemia, entretanto é o que se vê em todo o Brasil. Quando o cinto aperta o pessoal promove a publicidade que é veiculada em todos os meios de comunicação, a peso de ouro, reportagens são realizadas onde os responsáveis aparecem tentando justificar as ações e aparecendo como os salvadores da pátria.
De nada adianta fazer campanha se as equipes preventivas ficam aquarteladas depois do controle. O que se deve fazer é uma guerra contínua contra os mosquitos, onde as autoridades sanitárias fazem o combate e o serviço de fiscalização da saúde pública cobra da sociedade uma parceria que deve ser respeitada, qual seja a participação efetiva na eliminação dos criadouros do mosquito. Aqueles que não colaborarem devem sofrer sanções. Só assim, com ações efetivas, estaremos no caminho certo.
O Brasil, por enquanto, concorre com países de terceiro mundo, igual alguns da África, como o de pior saúde pública do mundo.
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Com tantos escândalos descobertos, entendemos que a saúde pública no Brasil é mais um caso para a Lava Jato.

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